domingo, 24 de maio de 2015

A Década de 30 na Literatura das Américas

O quadro social, econômico e político que se verificava no mundo no início da década de 1930 – o nazifascismo, a crise da Bolsa de Nova Iorque, a crise cafeeira, o combate ao socialismo – exigia dos artistas uma nova postura diante da realidade, uma nova posição ideológica.
O Brasil e o mundo viveram profundas crises nas décadas de 1930 e 40, nesse momento o romance brasileiro se destaca, pois se coloca a serviço da análise crítica da realidade.
"Vidas Secas", romance publicado
         em 1938 pelo escritor
          brasileiro Graciliano Ramos.
Na prosa, foi evidente o interesse por temas nacionais, uma linguagem mais brasileira, com um enfoque mais direto dos fatos marcados pelo Realismo – Naturalismo do século XIX. O romance focou o regionalismo, principalmente o nordestino, onde problemas como a seca, a migração, os problemas do trabalhador rural, a miséria, a ignorância foram ressaltados. Dentre os muitos poetas e escritores desta época destaca-se Jorge Amado, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes.
Além do regionalismo, destacaram-se também outras temáticas, surgiu o romance urbano e psicológico, o romance poético-metafísico e a narrativa surrealista.
Já na América do Norte, a expansão do ensino superior e a disseminação da televisão nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial possibilitaram que pessoas comuns obtivessem informações por conta própria e se tornassem mais sofisticadas.
A ascensão do individualismo de massa — bem como os movimentos pelos direitos civis e contra a guerra dos anos 1960 — deu mais poder a vozes antes emudecidas. Os escritores revelaram a sua natureza mais íntima, bem como experiências pessoais, e a relevância da experiência individual indicava a importância do grupo ao qual estava ligada. Homossexuais, feministas e outras vozes marginalizadas exaltavam suas histórias. Escritores judeus americanos e negros americanos encontraram grande público por causa de suas variações do sonho ou do pesadelo americano.
Escritores de origem protestante, tais como John Cheever e John Updike, discutiram o impacto da cultura do pós-guerra em uma vida como a deles. Alguns escritores modernos e contemporâneos ainda estão ligados a tradições mais antigas, como o realismo. Alguns podem ser descritos como classicistas, outros como experimentais, estilisticamente influenciados pela transitoriedade da cultura de massa ou por filosofias como o existencialismo ou o socialismo. Outros são mais facilmente agrupados por etnia ou região. No entanto, como um todo, os escritores modernos sempre afirmam o valor da identidade individual.
Na América latina, a literatura era predominantemente oral feita pela própria coletividade marginal. O chamado “romance regionalista” (hispano-americano) não costumava apresentar, nesse contexto, a não ser o resultado de um olhar desde o andar de cima, quase sempre racista e, segundo o caso, divertido ou melodramático. Só em alguns romances relativamente “periféricos” da época, como os de Juan Pablo Sojo (Venezuela), aconteceu uma verdadeira aproximação, embora limitada, aos dramas humanos da periferia sociocultural.
Mas seja para contar “novas” histórias, seja por um compromisso existencial político ou cultural dos setores referidos, muitos escritores latino-americanos da década de 30 tentaram evocar os próprios dramas dos marginalizados socioculturais. Alguns deles, narradores de ficção e ao mesmo tempo antropólogos, etnógrafos ou folcloristas, alternaram de diferentes maneiras a prática literária e o trabalho etnográfico. É o caso de Lydia Cabrera, Mario de Andrade (Brasil) e José María Arguedas (Peru).
Pode-se analisar que a década de 30 foi uma fase de ruptura que destruiu antigas estéticas no mundo da arte. A literatura nas Américas passou a ser voltada para as raízes nacionais, e a ideologia da época estava direcionada para a análise crítica da relação entre o homem e a sociedade. A literatura passou então a considerar o homem como um ser de conflitos interiores e traços emocionais.

Laura Borges Lopes Garcia Leal - nº 15

Bibliografia:

http://www.revistas.usp.br/ls/article/view/18081/20145
http://www.embaixada-americana.org.br/HTML/literatureinbrief/chapter07.htm
http://www.brasilescola.com/literatura/o-modernismo-no-brasil2-fase.htm
http://www.estudopratico.com.br/modernismo-geracao-de-1930/
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/vidas-secas-analise-obra-graciliano-ramos-702012.shtml

Um comentário:

  1. Laura, seu texto está bom. Sugiro:
    2º parágrafo - Substitua a vírgula colocada após 40 por um ponto e vírgula.// Coloque uma vírgula após NESTE MOMENTO.
    3º parágrafo - Escreva: (...) DESTACAM-SE JORGE AMADO (...).
    4º parágrafo - Escreva: (...) SURGIRAM OS ROMANCES URBANO E PSICOLÓGICO (...).
    6º parágrafo - Escreva: (...) DERAM MAIS PODER ÀS VOZES (...) e (...) INDICAVAM A IMPORTÂNCIA DO GRUPO AO QUAL ESTAVAM LIGADOS.
    8º parágrafo - Coloque uma vírgula após ORAL.
    Beijos, Eliana.

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